Essa mudança no conceito de prioridade para os idosos se justifica pela transformação na pirâmide etária brasileira, que reflete o aumento da idade média da população. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população brasileira deverá chegar a cerca de 220 milhões de habitantes até 2041, com um aumento significativo na proporção de idosos, que hoje já corresponde a 15,6% da população e poderá chegar a quase 38% em 2070.
No entanto, como sociedade, ainda estamos enfrentando desafios para nos adaptar a essa transformação demográfica. O Estatuto do Idoso é um avanço, mas muitos de seus artigos precisam ser complementados com programas, orçamentos e definição de responsáveis. Por exemplo, o artigo 9º, que fala sobre a obrigação do Estado de garantir proteção à vida e à saúde dos idosos, ainda carece de medidas mais concretas e claras sobre como isso será efetivado.
Outro desafio enfrentado pelos idosos é o acesso à saúde, principalmente através do SUS e dos planos de saúde privados. Os planos de saúde tendem a ficar mais caros para os idosos, que muitas vezes têm suas aposentadorias impactadas pelo déficit público e têm dificuldades para arcar com esses custos.
Diante desses desafios, é urgente que a sociedade se mobilize para garantir uma qualidade de vida adequada aos idosos, oferecendo condições dignas, seguras e confortáveis para essa parcela da população que continuará a crescer nas próximas décadas.