Apesar da alta nos investimentos chineses, houve uma queda de 17% nos investimentos estrangeiros de forma geral no Brasil. No entanto, o valor total investido ainda se encontra em níveis historicamente baixos, sendo o segundo menor desde 2009. No ano passado, foram registrados 29 projetos de empreendimentos chineses no Brasil, sendo este o terceiro maior número desde 2007, mas inferior ao registrado em 2022.
Uma das explicações para os volumes mais moderados nos últimos anos é a questão cambial, com a desvalorização do real. Segundo o diretor de conteúdo e pesquisa do CEBC, Tulio Cariello, a desvalorização estável do real pode ser positiva, tornando o Brasil um hub de atração de investimentos para a América Latina. Entre 2020 e 2023, a média do valor do real foi de R$ 5,18, quase o triplo da média de 2010.
O levantamento demonstra uma mudança significativa nos destinos de investimentos chineses, com a maioria dos países em desenvolvimento ocupando as principais posições. A liderança do Brasil como receptor de investimentos chineses na América Latina tem sido questionada nos últimos anos, com países como Chile, Peru e México recebendo mais atenção das empresas chinesas.
No México, por exemplo, estão sendo realizados investimentos em produção local para exportação aos Estados Unidos, evitando as tarifas sobre produtos chineses. O Brasil, por sua vez, já recebeu mais recursos no passado devido a investimentos em projetos de infraestrutura mais intensivos em capital, como linhas de transmissão e portos. Atualmente, os investimentos chineses no país são direcionados para empreendimentos menores e com menores necessidades de investimento.
Em resumo, apesar do aumento dos investimentos chineses no Brasil em 2023, o país tem enfrentado a concorrência de outros destinos na América Latina, com um redirecionamento dos recursos chineses para projetos de infraestrutura, manufatura e mineração em outras nações da região.
