O jornalista Adécio Piran, do jornal Folha do Progresso, antecipou em uma matéria a intenção de produtores rurais em queimar a floresta para favorecer o agronegócio. O MPF do Pará chegou a alertar o Ibama sobre essa situação, porém nos dias 10 e 11 de agosto de 2019, o Pará registrou um aumento significativo de focos de calor, principalmente em municípios próximos à BR-163.
A Polícia Federal abriu quatro inquéritos para investigar o caso, porém nenhum indiciamento ou prisão foi realizado e todos os processos acabaram sendo arquivados. A ONG Greenpeace identificou 662 multas aplicadas pelo Ibama, totalizando mais de R$ 1,2 bilhão, mas apenas uma pequena parcela desse valor foi paga até o momento.
Além da impunidade, as áreas que registraram incêndios no dia do fogo apresentaram reincidência de queimadas nos anos seguintes. O laboratório Lasa, da UFRJ, apontou que a quantidade de focos de calor nessas propriedades se manteve praticamente constante entre os anos de 2019 e 2022.
O uso do fogo como estratégia para cometer crimes ambientais sem ser punido se tornou uma prática recorrente na Amazônia. Enquanto não houver uma responsabilização dos envolvidos, a situação tende a persistir, colocando em risco a maior floresta tropical do mundo e a biodiversidade ali presente. Medidas efetivas precisam ser adotadas para coibir essas práticas criminosas e proteger o patrimônio ambiental do país.