O Dia do Fogo: Um ano depois, impunidade e reincidência marcam os incêndios criminosos na Amazônia

No ano de 2019, o Brasil foi palco de um dos casos mais graves de queimadas propositais na Amazônia, no chamado dia do fogo no Pará. Quase 1.500 focos de incêndio foram registrados e, de acordo com informações de satélite, PF e Greenpeace, não houve responsabilização pelos envolvidos nesse ato criminoso até o momento.

O jornalista Adécio Piran, do jornal Folha do Progresso, antecipou em uma matéria a intenção de produtores rurais em queimar a floresta para favorecer o agronegócio. O MPF do Pará chegou a alertar o Ibama sobre essa situação, porém nos dias 10 e 11 de agosto de 2019, o Pará registrou um aumento significativo de focos de calor, principalmente em municípios próximos à BR-163.

A Polícia Federal abriu quatro inquéritos para investigar o caso, porém nenhum indiciamento ou prisão foi realizado e todos os processos acabaram sendo arquivados. A ONG Greenpeace identificou 662 multas aplicadas pelo Ibama, totalizando mais de R$ 1,2 bilhão, mas apenas uma pequena parcela desse valor foi paga até o momento.

Além da impunidade, as áreas que registraram incêndios no dia do fogo apresentaram reincidência de queimadas nos anos seguintes. O laboratório Lasa, da UFRJ, apontou que a quantidade de focos de calor nessas propriedades se manteve praticamente constante entre os anos de 2019 e 2022.

O uso do fogo como estratégia para cometer crimes ambientais sem ser punido se tornou uma prática recorrente na Amazônia. Enquanto não houver uma responsabilização dos envolvidos, a situação tende a persistir, colocando em risco a maior floresta tropical do mundo e a biodiversidade ali presente. Medidas efetivas precisam ser adotadas para coibir essas práticas criminosas e proteger o patrimônio ambiental do país.

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