Os dados foram obtidos por meio de entrevistas com 2.508 pessoas em todas as regiões do país, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa revelou que a prática de vigilância particular feita por policiais de folga é mais comum nas regiões metropolitanas, especialmente em cidades com mais de 200 mil habitantes, representando 21% dos casos. No interior, esse índice é de 16%.
Além disso, a presença desse serviço ilegal de segurança está relacionada a um aumento na ocorrência de violência policial nos bairros. De acordo com os entrevistados, 19% daqueles que vivem em áreas com vigilância particular por policiais afirmaram ter presenciado abordagens violentas nos últimos meses, enquanto entre os que não têm essa vigilância no bairro o índice é de 14%.
Um estudo realizado por um pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que aproximadamente 600 mil seguranças privados atuam de forma clandestina, sem a supervisão da Polícia Federal, o que representa um número maior do que o total de profissionais de todas as forças de segurança pública do país somados.
Essa prática ilegal traz preocupações em relação à saúde mental dos policiais, que estão expostos a riscos adicionais ao trabalharem como vigilantes particulares, sem o apoio e os recursos adequados. Isso pode resultar em um aumento nas taxas de vitimização por suicídio entre os policiais, sendo esta a principal causa de morte da categoria em determinados períodos.
Diante desse cenário alarmante, é fundamental que medidas eficazes sejam adotadas para coibir e regularizar o serviço de vigilância particular e garantir a segurança e integridade tanto dos policiais quanto da população em geral. A atuação conjunta das autoridades competentes e da sociedade civil é essencial para combater essa prática ilegal e promover um ambiente mais seguro para todos os cidadãos brasileiros.