O professor e pesquisador Richard Santos, pró-reitor de extensão e cultura da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), confirmou essa informação à imprensa, destacando que os temas abordados na conferência serão levados para o 9º Congresso Pan-Africano, no Togo, em outubro. Santos ressaltou a importância da conexão entre África e a diáspora, com ênfase no Brasil, principal país da diáspora fora do continente africano, e em Salvador, como capital desse movimento de aproximação e desenvolvimento.
Durante os debates realizados na conferência, questões como reparação, reconstrução, memória e educação foram temas centrais. Igor Prazeres, da Coordenação Nacional das Entidades Negras (Conen), enfatizou a necessidade de reconstruir as relações pan-africanistas, promovendo ações que garantam educação, cultura e memória. Ele ressaltou a importância de inserir esses saberes nas escolas e universidades, formando professores capazes de trabalhar com essa perspectiva mais ampla de forma efetiva.
Além disso, Prazeres defendeu a criação de uma instituição multilateral e destacou a importância de discutir questões como políticas para comunidades tradicionais, a proteção dos povos quilombolas, a segurança de crianças e adolescentes, e ações policiais relacionadas à guerra contra as drogas. A conferência também abordou a persistência do eurocentrismo como matriz de conhecimento e a necessidade de superar a visão de uma suposta democracia racial no Brasil.
Com representantes de mais de 50 países, a Conferência da Diáspora Africana nas Américas tem se mostrado um espaço de diálogo e reflexão sobre o passado, presente e futuro das relações entre os povos africanos e afro-diaspóricos, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A expectativa é que as propostas e discussões realizadas nesse evento influenciem e inspirem ações futuras em prol da valorização e proteção da diversidade cultural e étnica.
