Brasileiros aderem às apostas esportivas online em ritmo acelerado, superando número de contágios por Covid-19 no país.

Nos sete primeiros meses de 2024, o Brasil testemunhou um crescimento exponencial no número de pessoas envolvidas em apostas esportivas em plataformas eletrônicas. De acordo com dados do Instituto Locomotiva, aproximadamente 25 milhões de brasileiros aderiram a essa prática, o que equivale a uma média de 3,5 milhões de novos jogadores por mês. Essa taxa de adesão é comparável à velocidade com que o coronavírus contagia as pessoas, levando apenas sete meses para alcançar esse significativo número de adeptos.

Com a popularização das chamadas bets, o total de brasileiros envolvidos em apostas atingiu a marca de 52 milhões em um período de cinco anos, com quase metade desse contingente sendo formado por novos jogadores que iniciaram suas apostas nos primeiros meses de 2024. O perfil dos apostadores revela uma divisão equiparada entre homens e mulheres, com a faixa etária mais representativa situada entre 18 e 29 anos.

No entanto, não se pode ignorar as consequências negativas desse fenômeno. O levantamento indicou que 86% dos jogadores possuem dívidas e 64% estão negativados na Serasa. A prática das apostas online tem como principal motivação, para a maioria dos entrevistados, a possibilidade de ganhar dinheiro, colocando em segundo plano os aspectos de diversão e entretenimento.

Nesse contexto, o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, alerta para os impactos negativos das apostas esportivas na saúde mental dos apostadores. A pesquisa revelou que grande parte dos entrevistados conhece pessoas viciadas nesse tipo de atividade, associando-a a sentimentos como ansiedade, estresse e culpa.

Apesar de despertar emoções positivas como emoção, felicidade e alívio, as apostas esportivas online têm sido apontadas como fonte de prejuízos financeiros, descontrole emocional e impactos nas relações pessoais. Diante desse cenário preocupante, o fenômeno das apostas eletrônicas emerge como uma “pandemia” que demanda atenção e medidas regulatórias mais rígidas.

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