Enquanto Daniel, que segue uma tradição reformada, prefere a serenidade da música de Caetano Veloso, eu, acostumado com um estilo mais espontâneo e livre de culto, encontro conforto em bandas como Angra, Korzus e Torture Squad. No entanto, a aceitação desses estilos mais pesados no meio evangélico ainda é um tabu, resultando em julgamentos e críticas por parte de outros cristãos.
Recentemente, tive a oportunidade de me encontrar com Fernanda Lira, vocalista da banda de death metal Crypta, e ao compartilhar esse momento nas redes sociais, fui alvo de duras críticas e xingamentos por parte de alguns membros da comunidade evangélica. O que eles não sabiam era o impacto positivo que a música dela teve na minha família durante um período delicado de pandemia.
É importante destacar que até mesmo músicos de renome no cenário heavy metal, como o baterista do Angra, Bruno Valverde, mantêm sua fé evangélica e participam ativamente de atividades religiosas. A música do Slayer, por exemplo, foi utilizada por mim como base para uma mensagem em um culto de jovens, provocando reflexões sobre a visão da humanidade sem a fé em Deus.
Os limites da música na fé cristã são difíceis de definir, mas acredito que, assim como o apóstolo Paulo ensinou, tudo deve ser feito para a glória de Deus. Seja ouvindo death metal ou sertanejo, o importante é que a mensagem transmitida esteja alinhada com os princípios da fé cristã. A diversidade musical no meio evangélico é um reflexo da pluralidade de experiências e gostos, e deve ser respeitada e discutida de forma aberta e acolhedora.