Atualmente, a Matarazzo se resume a uma empresa de médio porte que abandonou sua marca e administra poucos negócios, como uma fábrica de TNT localizada em Ermelino Matarazzo, denominada Matflex. Além disso, a empresa detém diversas propriedades imobiliárias e arrenda fábricas de papel, bem como usinas de açúcar e álcool. A antiga sede da companhia, situada no bairro do Brás, permanece fechada, com moradores de rua acampados em frente ao portão, em um clima de abandono e desolação.
Fundada por Francesco Matarazzo, um ex-agricultor e mascate italiano que se estabeleceu no Brasil em 1883, a empresa chegou a empregar mais de 30 mil funcionários em mais de 200 fábricas, tornando-se um verdadeiro império industrial. Com uma vasta linha de produtos que incluía desde tecidos e alimentos até celulose e veículos, a Matarazzo já foi uma das maiores potências econômicas do país, rivalizando em faturamento com grandes entidades governamentais e estatais.
Entretanto, a sucessão na empresa tornou-se um problema sério com a morte prematura do herdeiro designado, Ermelino, em 1920. O patriarca Francesco não encontrou um sucessor à altura para assumir os negócios, o que levou a uma série de decisões equivocadas e ao enfraquecimento progressivo da empresa ao longo dos anos. Com a diversificação excessiva e a falta de controle sobre os negócios, a Matarazzo acabou sucumbindo diante da concorrência crescente e das condições econômicas desfavoráveis.
Hoje, a empresa vive à sombra de seu passado glorioso, com apenas vestígios de sua grandiosidade industrial espalhados pela cidade. O império Matarazzo agora se resume à Matflex, uma fábrica modesta em comparação com a grandiosidade que um dia caracterizou a empresa. É a triste saga de uma gigante industrial que, em sua queda, viu-se reduzida a meras lembranças de um passado glorioso.