O setor agrícola já não utiliza as queimadas na produção há décadas, prática comum quando a colheita da cana era realizada sem mecanização. Essa visão é compartilhada por Marco Guidi, outro produtor, que afirma nunca ter presenciado incêndios ocorrerem de forma tão suspeita. Segundo Guidi, os focos de incêndio iniciaram simultaneamente, em locais distantes uns dos outros, o que dificultou a atuação das brigadas e levanta suspeitas de ação criminosa bem articulada.
A Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) destaca que essa é uma luta antiga do setor e em 2022 entregou um ofício à Secretaria de Segurança do Estado solicitando investigações mais rigorosas nos casos de suspeita de incêndios criminosos. Empresas do setor, como Raízen e Grupo Moreno, também demonstraram preocupação e suspeitam que os incêndios sejam de natureza criminosa.
A Polícia Federal abriu dois inquéritos para investigar a suspeita de ação criminosa nos incêndios em São Paulo. Até o momento, foram realizadas duas prisões de suspeitos de provocarem incêndios em Batatais e São José do Rio Preto. Um homem de 41 anos foi flagrado colocando fogo em mata seca em Batatais, enquanto um idoso de 76 anos é suspeito de atear fogo em lixo. Outros suspeitos também estão sendo investigados em outros municípios do estado. A preocupação dos produtores rurais e a necessidade de investigação rigorosa desses incêndios são temas recorrentes no setor e na população do estado de São Paulo.