Uma das histórias marcantes desse processo remete ao ano de 1982, quando o maestro João Carlos Martins, na época Secretário de Cultura do Estado de São Paulo, atendeu ao pedido de Zé Celso Martinez Correa e outras quarenta pessoas para tombar o Teatro Oficina, projetado por Lina Bo Bardi. O tombamento foi realizado em tempo recorde, evitando que o local fosse vendido ao Grupo Silvio Santos.
Anos mais tarde, uma reunião entre Silvio Santos e Zé Celso marcou a história, com o empresário questionando a necessidade do projeto do diretor de teatro ocupar o seu terreno. A pressão dos moradores do bairro e dos amigos do Oficina ao longo dos anos foi fundamental para que o projeto do Parque Bixiga avançasse.
Recentemente, o Ministério Público atuou para acelerar o processo, promovendo um acordo para o pagamento do terreno à Uninove. No entanto, surgiram questionamentos sobre se o valor pago pelo terreno (R$ 65 milhões) seria justo e se a cidade poderia investir em mais parques em áreas carentes.
A polêmica em torno do nome do parque também ganhou destaque, com a Câmara dos Vereadores dividida entre homenagear Silvio Santos ou Zé Celso. A proposta de nomear o espaço como Parque do Bixiga ou Rio Bixiga foi sugerida como uma alternativa simples, relevante e bonita.
Além disso, a construção do Parque Bixiga pode representar uma oportunidade para revitalizar o bairro e valorizar sua história, cultura e patrimônio. Com a participação ativa dos moradores, é possível desenvolver um plano abrangente para o bairro, integrando o parque com os espaços locais e promovendo melhorias urbanas e sociais.
Assim, o Parque Bixiga se destaca não apenas como mais um espaço verde em São Paulo, mas como uma potencial alavanca para a renovação e o fortalecimento de um dos bairros mais emblemáticos da cidade.