Esse quadro coloca em risco a biodiversidade existente na mata atlântica, uma vez que o que restou de floresta não é suficiente para manter a sua riqueza e equilíbrio ecológico. A perda de 5,2 milhões de hectares de vegetação nativa entre 1985 e 2023 aponta para uma redução de 10% na área total, equivalente ao território do Rio Grande do Norte.
Apesar desses números alarmantes, a Lei da Mata Atlântica, implementada em 2006, gerou um aumento de 800 mil hectares na área florestal, indicando uma coexistência entre desmatamento e regeneração no bioma. O desafio agora é eliminar o desmatamento e potencializar a regeneração florestal para garantir um futuro sustentável.
A mata atlântica, ocupando apenas 15% do território brasileiro, abriga mais da metade da área urbana nacional e 70% da população do país. No entanto, as cidades nessa região têm enfrentado desastres ambientais e escassez de água devido às mudanças climáticas e à degradação do bioma.
Além disso, 35% da área agrícola nacional está localizada na mata atlântica, tornando-se um importante polo de produção de commodities e alimentos. O crescimento da agricultura nessa região entre 1985 e 2022 evidencia a pressão por terra para expansão das cidades e produção agropecuária.
Diante dessa complexidade, a mata atlântica e outros biomas brasileiros enfrentam sérios desafios, mas também têm a oportunidade de se tornarem referências na preservação ambiental e no combate às mudanças climáticas. O mundo possui o conhecimento e os recursos necessários para alcançar metas importantes, como a redução do aquecimento global, e cabe às instituições públicas e privadas tomarem as decisões que definirão o futuro do planeta.