Essa ferramenta tem se mostrado útil na perícia de identificação, contribuindo para investigações e na busca por desaparecidos. Além disso, o reconhecimento facial possibilita a ampliação do monitoramento das cidades pelas forças policiais. No entanto, especialistas destacam a necessidade de estudos mais aprofundados para comprovar a eficácia desta tecnologia na segurança pública. Outra preocupação levantada é o viés racial do reconhecimento facial, já que a ferramenta tende a ser treinada principalmente com rostos brancos, o que pode reduzir a acurácia na identificação de pessoas negras.
Em São Paulo, por exemplo, as câmeras corporais dos agentes de segurança pública estão sendo equipadas com reconhecimento facial, como previsto em um edital recentemente publicado. Essa tecnologia já auxiliou na localização de uma mulher desaparecida no terminal rodoviário do Tietê. As câmeras emitem alertas quando detectam um suspeito, e o operador da vigilância compara a imagem capturada nas ruas com o banco de dados para confirmar se a pessoa é procurada pela Justiça.
Apesar dos benefícios proporcionados pelo reconhecimento facial, há desafios a serem enfrentados, como a qualidade dos dados presentes nos bancos de identificação. Muitas vezes, as imagens disponíveis são antigas ou de baixa qualidade, o que pode interferir na precisão do reconhecimento. A questão racial também é um ponto sensível, com casos de erro na identificação de pessoas negras, como exemplificado por um incidente na Bahia, onde um homem negro foi detido por engano após ser identificado por uma câmera de reconhecimento facial.
Apesar dos avanços e benefícios trazidos pelo reconhecimento facial na segurança pública, é fundamental que haja uma avaliação constante da eficácia e da precisão dessa tecnologia, bem como medidas para mitigar possíveis vieses e erros. A discussão sobre o uso ético e responsável do reconhecimento facial na segurança pública continua em pauta, visando garantir a proteção dos cidadãos sem violar seus direitos individuais.