Geadas afetam safra de trigo no Paraná e produção pode ficar abaixo do esperado pela Deral

A safra de trigo no Paraná, um dos principais produtores do país, enfrenta desafios devido ao impacto das geadas e da seca. A região já vinha sofrendo com a falta de chuvas, especialmente no norte do estado, e as geadas recentes agravaram ainda mais a situação. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), apenas 1% da safra foi colhida até o momento.

As lavouras de trigo no Paraná estão em diferentes estágios de desenvolvimento, com 21% em maturação sem problemas, 57% em fase suscetível e o restante em áreas mais afetadas pelas geadas. Carlos Hugo Winckler Godinho, analista de trigo do Deral, alerta que parte significativa das lavouras terá sua produtividade comprometida devido às condições climáticas adversas.

A geada prejudicou diversas regiões do estado de forma diferenciada, o que torna difícil uma avaliação precisa dos danos causados. Godinho destaca que, apesar de o frio intenso poder beneficiar o desenvolvimento da cultura em algumas áreas, o impacto negativo das geadas deve resultar em uma produtividade inferior ao esperado pelo Deral.

A colheita do trigo no Paraná se concentra nos meses de setembro e outubro, mas a previsão é de uma redução na produção total do estado devido aos efeitos das condições climáticas adversas. Além disso, a Conab indica que a produção nacional de trigo neste ano ficará abaixo do recorde de 2022, com o Rio Grande do Sul liderando a produção com 4,2 milhões de toneladas e o Paraná colhendo 3,1 milhões.

No cenário internacional, a análise do Itaú BBA aponta para uma redução nos estoques finais em relação ao consumo mundial, evidenciando a importância de um monitoramento constante da produção e do mercado de trigo. A consultoria Stonex revisou seus números e estima uma produção nacional de 8,4 milhões de toneladas, com o Rio Grande do Sul e o Paraná como os principais produtores do país.

Diante dos desafios enfrentados pela safra de trigo no Paraná e no Brasil, é essencial que os produtores e órgãos governamentais estejam atentos às condições climáticas e busquem soluções para garantir a segurança alimentar e a estabilidade do mercado de trigo no país.

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