Muitas pessoas sabem que as aeronaves comerciais são equipadas com as famosas caixas pretas, que contêm o Gravador de Dados de Voo e o Gravador de Voz do Cockpit. Estes dispositivos desempenham um papel fundamental nas investigações, porém o processo de investigação vai além disso. É realizada uma análise detalhada que inclui desde a verificação de lâmpadas no cockpit até a inspeção de velas de ignição de motores a pistão, que podem fornecer informações cruciais sobre o desempenho do motor.
O professor Oliveira destaca que a investigação não se resume apenas aos dados eletrônicos, mas inclui também a análise de rupturas em mangueiras, tubos e cabos, a inspeção de detritos para identificar possíveis falhas mecânicas e a análise das pás ou hélices dos motores. Além disso, ele ressalta que a utilização de recursos computacionais para simular e reconstruir o voo com base nos dados das caixas-pretas é uma prática comum e essencial.
Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal está prestes a julgar uma ação que questiona as regras de investigação de acidentes aéreos e o sigilo dessas investigações. A ação, movida pela Procuradoria-Geral da República em 2017, contesta trechos do Código Brasileiro de Aeronáutica, especialmente sobre o compartilhamento de informações com outros órgãos e a Justiça. Isso inclui o acesso prioritário do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer) às caixas-pretas.
Em suma, as investigações de acidentes aéreos desempenham um papel crucial na segurança da aviação, fornecendo informações essenciais para prevenir futuras ocorrências. A importância desse trabalho é reconhecida por especialistas da área, como o professor Éder Luiz Oliveira.