A pesquisa, denominada Firmus, ainda está em sua fase piloto e busca avaliar a percepção econômica de empresas não ligadas diretamente aos serviços financeiros, como empresas industriais, comerciais, de serviços e agrícolas. Campos Neto enfatizou que essa pesquisa foi realizada em resposta a críticas feitas a outras pesquisas, como o Boletim Focus, que consultam principalmente empresas financeiras.
O presidente do BC ressaltou que as empresas do setor não financeiro acreditam em uma inflação mais alta do que as projeções do mercado financeiro. Ele comparou os resultados da pesquisa Firmus com o boletim Focus e destacou que, em maio de 2024, as expectativas para a inflação eram maiores no setor não financeiro do que no setor financeiro.
Durante a audiência, alguns parlamentares questionaram Campos Neto sobre a política monetária do BC, criticando a falta de uso das reservas cambiais para controlar a valorização do dólar e consequente aumento dos juros. O presidente do Banco Central defendeu suas ações, explicando que as intervenções no câmbio são feitas apenas em momentos de estresse no mercado.
No entanto, Campos Neto se recusou a responder perguntas sobre empresas offshore supostamente ligadas a ele que teriam se beneficiado com a alta dos juros no Brasil. Ele afirmou que esse tipo de questionamento não era apropriado e que já prestou contas ao Comitê de Ética do Banco Central.
Em resumo, as declarações de Campos Neto durante a audiência revelam a preocupação do Banco Central em compreender e analisar de forma mais abrangente as expectativas inflacionárias do país, levando em consideração as percepções tanto do setor financeiro quanto do setor não financeiro.
