Durante o depoimento, o ex-assessor destacou que o encontro representou um momento de confronto entre a política de habitação defendida por Marielle e a influência de Brazão naquele território, que era dominado politicamente por ele e por milícias. Essa disputa de poder foi apontada como um dos motivos que teriam levado à encomenda do assassinato da vereadora.
Além de Chiquinho Brazão, outras pessoas foram acusadas de envolvimento no crime, como o conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão, o delegado Rivaldo Barbosa e dois policiais militares. Todos eles negam as acusações. A Polícia Federal, em seu relatório final, apontou que o atentado teria sido motivado pelo medo de Brazão em perder seu eleitorado para Marielle.
Durante a audiência, houve também um momento de tensão entre a defesa de Brazão e a testemunha, que foi acusada de falso testemunho por ter se equivocado em relação à ordem de falas em uma audiência pública anterior. O ex-assessor reiterou também um episódio em que o então vereador demonstrou contrariedade com uma posição de Marielle em relação a um projeto de lei.
A jornalista Fernanda Chaves, ex-assessora de Marielle, que estava presente no momento do crime, relembrou o episódio e afirmou que não foi atingida porque Marielle a protegeu durante o ataque. Ela descreveu a vereadora como sendo um “escudo” que a salvou de ser atingida pelos tiros.
Neste contexto, o assassinato de Marielle Franco continua sendo um caso emblemático que levanta questões sobre a segurança de políticos e lideranças comunitárias que atuam em áreas dominadas por milícias e grupos criminosos, além de evidenciar os conflitos de poder que permeiam o cenário político brasileiro.