Magistrado preso em esquema de fraude liberava valores milionários de contas de falecidos sem herdeiros, aponta Procuradoria-Geral.

Na última sexta-feira, foi deflagrada a Operação Follow The Money, que resultou na prisão do juiz Bruno Fritoli Almeida, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Segundo a Procuradoria-Geral de Justiça capixaba, Almeida era suspeito de emitir sentenças em processos fraudulentos conduzidos por uma associação criminosa. Além disso, o juiz também liberava valores milionários de contas pertencentes a pessoas falecidas e sem herdeiros.

A investigação aponta que Almeida teria usado parte de um alvará no valor de R$ 1,7 milhão para quitar parcelas de um rancho em Ecoporanga, município localizado a 310 quilômetros de Vitória. A Operação Follow The Money investiga, além do juiz Almeida, outros 15 suspeitos, incluindo outro juiz e advogados, sob a acusação de participarem de uma associação criminosa.

O desembargador Sérgio Ricardo de Souza, responsável pela autorização da operação, determinou o afastamento de Almeida e suspendeu seu porte de armas, já que o juiz possuía em seu nome uma carabina, uma espingarda, uma pistola e um rifle. A Procuradoria argumenta que a participação de Almeida no esquema investigado era de “suma importância” e que ele assinava despachos em processos fraudulentos.

A descoberta dos alvarás fraudulentos foi possível após uma investigação da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, que identificou documentos sem a devida juntada aos autos dos processos. A Procuradoria destaca que Almeida expediu alvarás para levantamento de valores em contas de pessoas falecidas sem acionar o cartório judicial.

A Procuradoria também rastreou o dinheiro de um alvará expedido em favor de um dos advogados investigados e descobriu que parte do valor foi usado para quitar a primeira parcela de um rancho adquirido pelo pai de um vendedor. O desembargador Souza destacou a necessidade do afastamento de Almeida para aprofundar as investigações e garantir a segurança das testemunhas.

A defesa de Almeida ainda não se pronunciou sobre as acusações. A Operação Follow The Money continua em andamento, com promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado atuando em conjunto com a Polícia Militar.

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