Sua tese de livre docência sobre a dependência das contas externas do Brasil em relação às exportações de café destacou-se como um diagnóstico preciso do cenário econômico da época. Essa análise minuciosa o levou a ocupar cargos importantes no Ministério da Fazenda, onde, em parceria com outros economistas de destaque, implementou medidas para diversificar a pauta de exportação agrícola e promover o desenvolvimento do setor no país.
Foi durante sua gestão que nasceu a Embrapa, instituição responsável por impulsionar a agricultura brasileira, fortalecer a balança comercial e garantir a independência nas contas externas. Delfim, adepto das teorias econômicas keynesianas, sempre defendeu a intervenção do Estado na economia como forma de promover o desenvolvimento e a estabilidade.
No entanto, nem todas as políticas implementadas durante sua carreira foram bem-sucedidas. Durante o governo Figueiredo, no qual ocupou o cargo de Ministro da Fazenda, o Brasil enfrentou momentos de crise e instabilidade econômica, escapando por pouco de um desastre iminente.
Apesar das controvérsias e dos altos e baixos de sua trajetória, Delfim Netto deixou um legado significativo no cenário econômico nacional, sendo reconhecido por sua contribuição para o desenvolvimento do país e sua atuação em momentos cruciais da história brasileira.