Uso de substâncias que causam dependência cresce em Israel após ataques do Hamas, aponta estudo psiquiátrico em Beersheba

Em meio aos conflitos entre Israel e o Hamas, a população local tem enfrentado não apenas a guerra física, mas também um crescente problema de saúde mental e dependência química. Em Beersheba, no sul de Israel, um morador que perdeu um amigo no ataque do Hamas desabafou: “É apenas uma forma de fugir da realidade, de tudo isso”. Essa citação ilustra o impacto emocional profundo que os recentes eventos têm causado na população israelense.

Segundo o psiquiatra Shaul Lev-Ran, fundador do Centro de Dependência de Israel, houve um aumento significativo no uso de substâncias sedativas como forma de alívio do estresse emocional. Lev-Ran conduziu um estudo em sua equipe sediada em Netanya e descobriu uma conexão direta entre a exposição aos eventos traumáticos e o aumento no uso de substâncias que causam dependência, que chega a 25% em média.

Os resultados do estudo indicam um cenário preocupante: um em cada quatro israelenses aumentou o consumo dessas substâncias, em comparação com um em cada sete antes do início dos conflitos. Narcóticos prescritos, drogas ilegais, álcool e comportamentos viciantes, como jogos de azar, foram identificados como os principais meios de escape para a realidade dolorosa que muitos enfrentam atualmente.

A situação também levanta questionamentos sobre a saúde mental e a dependência química nos territórios palestinos. Contudo, a Autoridade Palestina não forneceu dados equivalentes sobre o tema, deixando uma lacuna na compreensão dos impactos psicológicos dos conflitos na população local.

Diante desse quadro, torna-se evidente a urgência de intervenções para lidar não apenas com as consequências físicas da guerra, mas também com os danos psicológicos e comportamentais que esses eventos traumáticos têm provocado nas comunidades envolvidas.

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