Nascido em Muqui, no interior do Espírito Santo, Jorge fez questão de valorizar a educação pública que recebeu, uma vez que estudou em escolas públicas e se sentia em débito com o povo brasileiro. Seu percurso acadêmico passou pela Universidade Federal do Espírito Santo e pela Unicamp, em Campinas, onde realizou mestrado e doutorado.
Com um jeito simples e acolhedor, Jorge conquistou muitas amizades ao longo de sua vida. Seu amigo Felipe Müller, professor titular da Universidade Federal de Santa Maria, relata a proximidade entre eles, que perdurou após o doutorado, com visitas frequentes à cidade de Campinas.
A contribuição de Jorge para a tecnologia tridimensional foi significativa, com aplicações na medicina, como a modelagem de placas para cirurgias de reconstituição craniana, e o desenvolvimento de um software que cria modelos tridimensionais a partir de imagens de tomografia e ultrassom. Seu legado perdura até os dias de hoje, com a utilização de software livre desenvolvido por ele em parceria com médicos do SUS.
No último ano de sua vida, Jorge enfrentou a batalha contra um câncer de próstata avançado, buscando cuidados paliativos e vivendo intensamente cada momento. Sua morte, aos 61 anos, em 10 de junho, deixou um vazio entre seus entes queridos, mas seu legado e sua contribuição para a ciência e tecnologia no Brasil jamais serão esquecidos.
A história de Jorge Vicente Lopes da Silva é um exemplo de dedicação, superação e generosidade, que inspira a todos que buscam trabalhar em prol do desenvolvimento científico e tecnológico do país. Sua paixão pela educação, pela pesquisa e pela inovação certamente deixam um legado que continuará a impactar gerações futuras.