O índice oficial de inflação do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou um comportamento oposto no mês de julho, acelerando para 0,38%. Analistas apontam uma piora na composição do IPCA, embora tenha havido uma redução nos preços dos alimentos.
A diminuição nos preços dos alimentos foi facilitada pela maior oferta de produtos no mercado, de acordo com o gerente da pesquisa do IPCA, André Almeida. O IBGE destacou as baixas nos preços do tomate, cenoura, cebola, batata inglesa e frutas, enquanto o café moído, alho e pão francês apresentaram alta.
Segundo Almeida, as condições climáticas favoráveis, com chuvas e temperaturas amenas, contribuíram para a produção de alimentos, especialmente de hortifrútis, o que resultou em uma maior oferta e, consequentemente, na queda de preços em julho.
De outubro de 2023 a junho de 2024, o grupo alimentação e bebidas acumulou uma inflação de 6,87%. Durante esse período, o estado do Rio Grande do Sul foi afetado por enchentes históricas, que causaram estragos em propriedades rurais e impactaram a inflação de alimentos. No entanto, no IPCA de julho, não houve um efeito significativo das calamidades no estado, de acordo com Almeida.
Os pesquisadores do IBGE ressaltam a importância de analisar os impactos de possíveis quebras de safra e perdas de qualidade do solo no médio e longo prazos, o que poderá influenciar os preços dos alimentos no futuro.