O aumento da temperatura da água do mar tem contribuído para sucessivos episódios de branqueamento coralífero na Grande Barreira de Corais, levando os corais a perderem sua principal fonte de nutrientes e, em muitos casos, resultando em altas taxas de mortalidade. O problema tem se intensificado nas últimas décadas, tornando-se mais comum e recorrente.
O estudo, publicado recentemente na revista científica Nature e liderado por Benjamin Henley, da Universidade de Wollongong, na Austrália, utilizou medições de temperatura, análises da composição química dos corais e modelos climáticos para investigar a relação entre o aquecimento global e os eventos de branqueamento na região.
Segundo Henley, os eventos recentes de aumento da temperatura e branqueamento dos corais são extremos e sem precedentes nos últimos quatro séculos, colocando em xeque a capacidade de adaptação dos recifes de coral. O pesquisador ressaltou que a Grande Barreira de Corais está em perigo e que as mudanças estão ocorrendo em um ritmo muito acelerado para que os corais consigam se ajustar.
Os dados coletados mostram que a temperatura da região tem aumentado de forma significativa nas últimas décadas, com uma taxa de elevação mais acentuada a partir de 1960. Os eventos de branqueamento ocorridos desde 2016 revelaram um aumento de temperatura de quase 0,8 grau Celsius em relação à média entre os anos 1960-1990.
Além disso, a análise da composição química dos corais revelou que os eventos de branqueamento recentes são os mais quentes dos últimos 407 anos, indicando um impacto significativo da intervenção humana, principalmente das emissões de gases do efeito estufa.
Diante dessa situação alarmante, os esforços para minimizar os impactos do aquecimento global na Grande Barreira de Corais e preservar essa importante região marinha tornam-se essenciais. Esses ecossistemas são fundamentais para a vida marinha e desempenham um papel crucial na sustentação da biodiversidade e na alimentação de milhões de pessoas em todo o mundo.
