De acordo com as investigações, alguns desses ferros-velhos irregulares forneciam materiais para empresas regulares do ramo da reciclagem. O promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público, ressaltou que muitas empresas não controlam a cadeia de produção dos materiais que adquirem, o que pode resultar em trabalho degradante e exploração.
Os relatórios financeiros produzidos a partir dos dados dos proprietários desses estabelecimentos detectaram movimentações suspeitas, como saques em espécie que indicam um possível esquema de lavagem de dinheiro, com valores que ultrapassam os R$ 5 milhões em seis meses.
Após a megaoperação, o promotor enfatizou a necessidade de o Estado reocupar o território e transformá-lo em um bem público, visando combater não apenas o tráfico de drogas e outros crimes, mas também a violação de direitos e as condições ilegais presentes nesses locais.
A operação contou com a participação de diversos órgãos, como as polícias Militar, Civil Federal e Rodoviária Federal, além do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho, Receita Federal, Anatel e Secretaria de Assistência Social. A atuação multidisciplinar visa desestruturar as atividades ilícitas que ocorriam nessa região do centro de São Paulo e romper com o monopólio do PCC.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, medidas de confisco e bloqueio de bens, suspensão de atividades econômicas e interdição de estabelecimentos, e realizadas sete prisões de pessoas ligadas às lideranças desses grupos criminosos. A operação representa um importante passo no combate à criminalidade e na retomada do controle do território por parte do Estado.
