Entre os barrados na entrada do STF, estava Maurício Terena, coordenador Jurídico na Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e membro da mesa de conciliação. Ele chegou ao local acompanhado de outros indígenas e, segundo relatos, a ordem de não permitir a entrada teria vindo da presidência do Tribunal.
Em um momento gravado pelos próprios indígenas, Maurício desabafou: “Hoje, na tarde em que o Supremo vai decidir a vida dos povos indígenas neste tribunal, pela segunda vez, estamos sendo barrados. No dia que a gente não queria estar aqui. A presidência ligou e deu a ordem de liberação e seguimos sendo barrados. Esse é o cenário conciliatório da Suprema Corte Brasileira. Estamos cansados.”
Somente após a intervenção do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, é que o grupo de indígenas foi liberado para participar da reunião. Barroso pediu desculpas pelo ocorrido e destacou que foi um erro da segurança que impôs a proibição de entrada. “Gostaria de pedir desculpas às pessoas que foram barradas indevidamente na porta, foi um erro da segurança. Peço desculpas. É o que podemos fazer quando há um erro”, afirmou o ministro, que deu início à audiência com todos os presentes.
A situação evidenciou a tensão e a desconfiança que permeiam as relações entre indígenas e ruralistas quanto à demarcação de terras, alimentando ainda mais o debate sobre a proteção dos direitos indígenas no Brasil.