Ataque armado deixa dez indígenas guarani-kaiowás feridos em Douradina, no Mato Grosso do Sul, após saída da Força Nacional

No último sábado, duas organizações indígenas, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), denunciaram um ataque armado que resultou em dez indígenas guarani-kaiowás feridos em Douradina, no Mato Grosso do Sul. Segundo relatos, o ataque aconteceu logo após a saída da Força Nacional da região, onde homens armados em uma caminhonete dispararam tiros com munição letal e balas de borracha contra os indígenas.
Dos dez feridos, dois estão em estado grave, sendo que um foi atingido na cabeça e o outro no pescoço. Ambos foram encaminhados para o Hospital da Vida, em Dourados. O local do ataque foi na área retomada de Pikyxyin, pertencente à Terra Indígena Lagoa Panambi, delimitada desde 2011. A Apib destacou que houve outro ataque na região no dia anterior, porém sem feridos.
A retirada da Força Nacional de uma região tão tensa, com presença de homens armados em áreas de retomada indígena, é questionável pelas organizações. O Ministério da Justiça prorrogou o uso da Força Nacional em Mato Grosso do Sul em julho para preservar a ordem e integridade em aldeias indígenas e regiões de fronteira, em meio a uma crescente violência fundiária no estado.
Uma equipe do Ministério dos Povos Indígenas, juntamente com a Funai e o Ministério Público Federal, está no território para prestar suporte de saúde e garantir a segurança dos indígenas. O Ministério repudiou a violência contra os guarani-kaiowás e prometeu manter uma equipe próxima às áreas de conflito para atuação imediata em casos como esse. Apesar das retomadas ocorrerem em território já demarcado pela Funai, o processo de demarcação está suspenso por decisão judicial. A situação dos indígenas no Brasil continua sendo uma preocupação urgente para garantir seus direitos e segurança.

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