Em uma entrevista à CNN Brasil, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, destacou a importância de o Brasil agir com cautela diante das recentes eleições na Venezuela. Segundo ele, ainda não há uma visão clara sobre o desenrolar do pleito presidencial no país vizinho, justificando a necessidade de mais estudos sobre a situação.
Amorim ressaltou que a falta de distribuição adequada das atas eleitorais tem contribuído para a falta de transparência na apuração dos votos. Ele também chamou a atenção para o fato de que os dados apresentados pela oposição ao regime de Nicolás Maduro são considerados “informais” e foram obtidos por meio de métodos rápidos de contagem, como a boca de urna. O assessor destacou a importância de a questão ser mais bem estudada para se chegar a uma conclusão mais precisa.
Questionado sobre a possibilidade de o Brasil seguir os passos dos Estados Unidos e reconhecer o opositor de Maduro, Edmundo González, como presidente, Amorim afirmou que essa decisão não é tão simples. Ele enfatizou a importância de realizar mais diálogos para encontrar uma solução para a situação política na Venezuela.
Além disso, Amorim criticou as sanções econômicas impostas pelos EUA à Venezuela, afirmando que a sua retirada teria facilitado o processo eleitoral no país. Ele lamentou ainda o fato de a União Europeia ter aderido a essa postura, classificando-a como equivocada.
Diante desse cenário complexo, o Brasil segue atento aos desdobramentos das eleições na Venezuela e busca agir com prudência a fim de contribuir para a busca de uma solução pacífica e democrática para a crise política enfrentada pelo país vizinho.
