Investimento recorde de R$ 14,6 bilhões no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico sublinha desafios para a inovação no Brasil

Governo federal incrementa recursos para Pesquisa e Desenvolvimento

Nos últimos dois anos, o governo federal aumentou significativamente o investimento no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), a principal fonte de financiamento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no Brasil. Em 2023, o fundo destinou R$ 9,96 bilhões, e a previsão para este ano é de R$ 12,72 bilhões, de acordo com a Lei de Orçamento Anual de 2024.

Para 2025, a estimativa é de R$ 14,6 bilhões, quase três vezes mais do que o investimento realizado em 2022, que foi de R$ 5,52 bilhões, conforme dados da Finep, empresa estatal responsável pela gestão do FNDCT. Estes recursos são distribuídos em 14 fundos setoriais e apoiam projetos estratégicos, como o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que prevê um investimento de R$ 23 bilhões até 2028.

Apesar do aumento nos recursos do FNDCT e de sua importância estratégica, especialistas afirmam que o fundo por si só não será capaz de elevar significativamente os investimentos em ciência, tecnologia e inovação em relação às atividades econômicas como um todo. Atualmente, o Brasil investe cerca de 1,2% do PIB no setor, mas especialistas apontam que seria necessário um investimento de pelo menos R$ 43,6 bilhões para atingir a taxa de 1,6% do PIB, similar a países como Espanha e Itália.

O diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Carlos Américo Pacheco, ressalta a importância de combinar investimentos públicos e privados em pesquisa e desenvolvimento. Ele destaca a necessidade de o setor público induzir o setor privado a aumentar seus investimentos em P&D. No entanto, Pacheco considera que a política brasileira de inovação não tem conseguido estimular o setor privado a avançar nesse sentido.

Em um seminário sobre financiamento de pesquisa realizado durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, representantes de diferentes áreas afirmaram que o aumento dos investimentos em ciência e tecnologia é essencial para impulsionar a competitividade e o desenvolvimento econômico do país. A presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Bonciani Nader, ressaltou a importância de investir em recursos humanos qualificados para impulsionar a inovação e a produtividade em vários setores da economia.

A avaliação da produção científica brasileira, divulgada pela Agência Brasil, mostra uma queda de mais de 15% nos últimos dois anos. Este cenário reforça a necessidade de mais investimentos e políticas robustas para impulsionar a ciência, tecnologia e inovação no Brasil.

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