As paredes externas da boate foram derrubadas por uma retroescavadeira, após semanas de trabalho para remover o letreiro, portas, tapumes, teto e paredes internas. A remoção dos entulhos e a limpeza do terreno já estão em andamento e devem ser concluídas na semana que vem.
A demolição do prédio marca o início de uma nova fase para Santa Maria. No local onde antes havia diversão e tragédia, será construído um memorial em homenagem às vítimas do incêndio. O projeto inclui um jardim central circular com 242 pilares de madeira, representando cada uma das vítimas, além de espaço para um auditório e o novo escritório da AVTSM (Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria).
A obra do memorial está orçada em aproximadamente R$ 4 milhões, provenientes do FRBL (Fundo para Reconstituição de Bens Lesados) do Ministério Público do Rio Grande do Sul. O presidente da AVTSM, Gabriel Rovadoschi Barros, afirmou que a decisão de iniciar a demolição aguardava o desfecho do julgamento, que foi concluído em 2021 e anulado em 2022, em meio a uma disputa judicial que chegou ao STF.
Mesmo com a anulação do julgamento, as obras do memorial foram mantidas, em um apelo por justiça e pela conclusão do caso até a finalização da construção, prevista para abril. A tragédia da boate Kiss foi causada por um artefato pirotécnico durante um show da banda Gurizada Fandangueira, resultando na morte das vítimas por asfixia devido aos gases tóxicos liberados pela espuma do prédio.
Além disso, representantes de vítimas de outras tragédias, como Brumadinho, Mariana, Maceió e o incêndio do Ninho do Urubu, participaram de uma reunião na CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) para exigir explicações do Estado brasileiro. O memorial da boate Kiss será não apenas uma homenagem, mas um símbolo da luta por justiça e segurança para evitar que tragédias como essa se repitam.
