As APCCs são apoiadas principalmente pela questão da segurança, já que muitos ciclistas, profissionais e amadores, estão sujeitos a acidentes ao treinarem nas rodovias. Um triste exemplo disso foi o atropelamento da triatleta Luisa Baptista durante um treino no interior paulista, o que a impediu de participar dos Jogos de Paris. Em resposta, a Prefeitura de São Paulo afirmou que incentiva a prática do ciclismo através de ações como empréstimo e reparo de bicicletas em centros esportivos municipais.
Raphael Pazos, um dos criadores das APCCs no Rio, enfatiza que as áreas não beneficiam apenas os ciclistas, mas também melhoram a segurança e a tranquilidade do trânsito nas redondezas. O projeto das APCCs no Rio teve início após a morte do ciclista Pedro Nikolay em 2013, e desde então cidades como Florianópolis, Recife e Salvador também adotaram a iniciativa.
Em São Paulo, a Aliança Bike identificou possíveis locais para a instalação das APCCs, como as marginais dos rios Tietê e Pinheiros e a Cidade Universitária. No entanto, devido a restrições da CET, apenas o circuito na zona norte foi considerado para testes, mesmo com a estimativa de que não afetaria o trânsito na região. Daniel Guth, diretor da Aliança Bike, ressalta as dificuldades enfrentadas pelos ciclistas na cidade, mencionando restrições em eventos como a Prova Ciclística 9 de Julho e a criação de taxas para passeios ciclísticos desde 2005.
A prefeitura de São Paulo garantiu que a Prova 9 de Julho já tem data reservada para o próximo ano, mas Renata Falzoni, cicloativista, acredita que as restrições nas APCCs em São Paulo refletem a intenção de transferir custos e responsabilidades para os ciclistas. Ela cita o caso da pista de BMX Caracas Trail em Carapicuíba, construída pela comunidade local e transformada em parque municipal após mobilização dos moradores. Essa pista revelou talentos como Gustavo Bala Loka, representante do Brasil nas Olimpíadas de Paris na modalidade.