Padrino López, em declaração nesta terça-feira (30), classificou os recentes protestos no país como atos de terrorismo e sabotagem, promovidos por uma estrutura internacional com o objetivo de desacreditar o processo eleitoral. Segundo o líder militar venezuelano, tais manifestações são expressões de ódio e irracionalidade, originadas de um plano preconcebido por grupos políticos que já anteviam sua derrota nas eleições.
Desde que foi anunciada a vitória de Nicolás Maduro nas eleições do último domingo (28), diversos protestos questionando o resultado foram observados em diferentes regiões da Venezuela. O Ministério Público do país informou que 759 pessoas foram detidas, 48 policiais ficaram feridos e um membro da Guarda Bolivariana foi morto por arma de fogo. Por sua vez, a organização não governamental venezuelana Foro Penal estima que seis manifestantes tenham sido mortos desde a última segunda-feira (29).
O chefe das Forças Armadas também apontou a destruição de centros eleitorais, prédios públicos e privados, além de comandos militares e policiais, e mencionou que símbolos da identidade nacional foram alvos, como o índio Coromoto em Guanare e esculturas do comandante Chávez. Padrino López identificou os autores desses atos como pseudolíderes e organizações criminosas que buscam a violência e a intolerância.
O impasse político na Venezuela se intensifica, com acusações mútuas entre o governo de Maduro e parte da oposição, bem como com questionamentos sobre a lisura do pleito eleitoral por países e organizações internacionais. Enquanto o governo reforça a legitimidade do processo eleitoral, a oposição e a OEA demandam a divulgação das atas para permitir a auditoria dos votos.
A segurança das urnas eletrônicas na Venezuela é um ponto de destaque, com um sistema próprio que impede conexões com a internet, garantindo a integridade dos votos. No entanto, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não divulgou as atas que comprovam o resultado oficial das eleições. Diante desse contexto, a incerteza e a tensão política continuam a marcar o cenário venezuelano.