A onda de frio extremo na região é considerada um evento raro, de acordo com o climatologista Raúl Cordero, da Universidade de Santiago do Chile, que prevê que as temperaturas extremas persistirão durante a temporada de inverno e alerta para a possibilidade de que a onda de frio se repita. A origem do frio intenso na Patagônia está ligada à chegada de ar frio da Antártida, influenciado pela fraqueza do vórtice polar antártico.
Embora as baixas temperaturas tenham impactado as áreas habitadas do Cone Sul, não se espera que tenham efeitos significativos a nível global, segundo Cordero. Outros países, como Austrália e Nova Zelândia, também podem ser afetados por ondas de frio extremo, conforme observado em registros anteriores.
As mudanças climáticas são importantes para entender o contexto dessas ondas de frio, mas não há consenso entre os cientistas sobre a relação direta entre os eventos extremos e o aquecimento global. Enquanto alguns estudos sugerem que o aumento do aquecimento no Ártico pode influenciar os padrões climáticos, outros pesquisadores destacam que os extremos de frio são fenômenos climáticos pontuais e não devem ser utilizados como argumentos para negar o aquecimento global.
No entanto, a tendência observada é de que invernos como o da Patagônia se tornem cada vez mais raros se o nível de CO2 na atmosfera continuar a aumentar, reforçando a importância de medidas de mitigação das mudanças climáticas. Para os especialistas, as ondas de frio não alteram a trajetória do aquecimento global, que se mantém uma realidade incontestável na Patagônia e no mundo.