O manto, que foi devolvido pela Dinamarca após mais de 300 anos, chegou ao Brasil no dia 11 de julho deste ano. A devolução foi fruto de uma articulação entre instituições dos dois países, incluindo a Embaixada do Brasil na Dinamarca e lideranças Tupinambá da Serra do Padeiro e de Olivença, na Bahia.
O Ministério dos Povos Indígenas realizou visitas ao território Tupinambá para ouvir as lideranças da comunidade, consultando-as sobre a importância e relação que têm com o manto sagrado. Um novo diálogo está marcado para o dia 5 de agosto, visando finalizar os detalhes da cerimônia.
A cerimônia de celebração terá duas etapas principais: a primeira, no dia 29 de agosto, será uma “reza ao manto”, destinada às lideranças espirituais e pajés, com atividades de acolhimento, proteção e bênçãos ao manto. No dia 31 de agosto, a cerimônia principal de apresentação do manto ao público está agendada para as 10h, na Biblioteca Central, no Horto Botânico.
O manto Tupinambá tem 1,80m de altura e é composto por milhares de penas vermelhas de pássaros guará. Além deste, há outros mantos semelhantes expatriados em museus europeus, indicando a presença de peças semelhantes em diversas coleções internacionais.
O Ministério dos Povos Indígenas está desenvolvendo recomendações e protocolos para garantir que os povos indígenas tenham acesso a bens e objetos de suas culturas que estão em museus nacionais ou no exterior. Essa iniciativa é conduzida pelo Grupo de Trabalho (GT) de Restituição de Artefatos Indígenas.
A cerimônia de recepção do manto Tupinambá promete ser um momento marcante de celebração e reconexão com a cultura e história desse povo indígena tão importante para a história do Brasil.