De acordo com o relatório da CGU, a Codevasf apresentou baixa capacidade de acompanhar adequadamente as obras de pavimentação, especialmente no que diz respeito à qualidade dos materiais. A empresa destacou que as recomendações feitas pelos órgãos de controle são observadas e que as obras com irregularidades são notificadas para correção pelas empresas responsáveis.
A auditoria, realizada em parceria com uma empresa especializada em análise de qualidade de asfalto, comparou os resultados da perícia com os contratos celebrados pela Codevasf. Foi constatado que em dez obras a qualidade do material estava abaixo das especificações dos contratos, em Estados como Amapá, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Sergipe, Tocantins, Piauí e Pernambuco.
Além do superfaturamento dos materiais, a CGU alertou que o desperdício de verbas públicas também ocorre pela menor vida útil do pavimento e pelos custos adicionais de manutenção das vias. A Codevasf, conhecida como “estatal do Centrão” por sua ligação com o esquema de orçamento secreto revelado durante o governo de Jair Bolsonaro, também é pivô de um inquérito que resultou no indiciamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por crimes como corrupção e organização criminosa.
Diante das acusações, Juscelino Filho negou as imputações e classificou o indiciamento como uma “ação política e previsível”. A Codevasf, por sua vez, afirmou que coopera com os órgãos de fiscalização e controle e que notifica as empresas responsáveis por obras com irregularidades para correção. A empresa ressaltou que todas as obras contratadas devem atender aos requisitos de qualidade estabelecidos em contrato e que eventuais divergências nas faturas são notificadas para ressarcimento.