A crise de credibilidade dos governos foi um dos principais fatores que impediram o sucesso de medidas restritivas para controlar a inflação. Planos anteriores não obtiveram êxito devido a estratégias que causavam custos socioeconômicos elevados. No entanto, o “pulo do gato” para eliminar a hiperinflação foi a criação da Unidade Real de Valor (URV), que unificou as expectativas em um indexador.
O Plano Real, implementado de 1994 a 1998, utilizou a âncora cambial para controlar a inflação. Vinculando o real ao dólar, o plano facilitou importações e diminuiu os custos de produção internos. No entanto, para sustentar essa política, o país teve que elevar a taxa de juros e recorrer a empréstimos do FMI, resultando em um aumento significativo da dívida pública.
Mesmo tendo superado a hiperinflação, o Brasil ainda enfrenta desafios como altas taxas de juros, elevada carga tributária e baixa qualificação da mão de obra. Para consolidar o desenvolvimento socioeconômico, é necessário buscar estratégias que estimulem o crescimento econômico, a geração de empregos e a distribuição mais igualitária de renda.
Volney Aparecido de Gouveia, economista e professor, destaca a importância de ampliar a complexidade econômica, investir em qualificação profissional e promover uma distribuição mais justa de renda. O caminho para o desenvolvimento socioeconômico exige a superação dos desafios atuais e a busca por soluções que impulsionem o crescimento sustentável do país.