Relatório da FAO alerta que fome global está em níveis piores do que há nove anos, com 582 milhões em risco.

Segundo David Laborde, diretor da divisão da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a situação global de segurança alimentar está piorando, apesar de certos avanços regionais. Laborde afirmou em entrevista à Reuters que, comparando com nove anos atrás, quando a meta de erradicar a fome até 2030 foi estabelecida, o cenário atual é mais desafiador. Fatores como mudanças climáticas e conflitos regionais estão se mostrando mais graves do que o previsto há uma década, dificultando o progresso nesse objetivo.

De acordo com o relatório preparado pela FAO, caso as tendências atuais de insegurança alimentar persistam, estima-se que cerca de 582 milhões de pessoas serão cronicamente subnutridas até o final da década, sendo metade delas na África. Além disso, o acesso regular a alimentos adequados, que é um objetivo mais amplo da organização, estagnou nos últimos três anos, afetando 29% da população global, o que corresponde a 2,33 bilhões de pessoas, sofrendo de insegurança alimentar moderada ou severa em 2023.

O relatório também destaca as desigualdades existentes, apontando que aproximadamente 71,5% das pessoas em países de baixa renda não conseguiram pagar por uma dieta saudável no ano passado, em contraste com os 6,3% em países de alta renda. Essa disparidade reflete a dificuldade enfrentada pelas populações mais vulneráveis em obter alimentos de qualidade.

Laborde ressalta que, embora a desnutrição seja mais evidente, a má nutrição também representa um problema grave, afetando o desenvolvimento físico e mental de crianças e tornando os adultos mais suscetíveis a doenças e infecções. Assim, a questão da segurança alimentar continua desafiadora e exige esforços conjuntos para garantir o acesso adequado a alimentos para toda a população global.

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