O processo disciplinar foi instaurado em 2022, durante o governo Bolsonaro, e mesmo com a mudança na chefia da corporação, a comissão responsável por conduzir o caso se manteve em atividade. Segundo o despacho de Passos, a punição se deu pelo fato de Saraiva ter enviado uma representação diretamente à COGER/PF sem o conhecimento de seus superiores, desrespeitando os princípios da hierarquia e disciplina da instituição. Além disso, ele foi acusado de tentar minar a reputação do diretor-geral ao questionar atos da administração, o que configuraria uma transgressão disciplinar.
A punição aplicada ao delegado acontece após ele ter sido exonerado da chefia da PF no Amazonas, onde pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que investigasse o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Saraiva deixou o cargo em 2021 e foi transferido para a delegacia da PF em Volta Redonda (RJ), sendo atualmente lotado em Petrópolis (RJ).
Em entrevistas após sua saída da chefia no Amazonas, o delegado fez críticas à gestão da corporação, o que resultou em uma apuração interna que constatou que ele havia falado com a imprensa sem autorização do setor de comunicação da PF. Além disso, ele encaminhou denúncias à Corregedoria da PF contra Maiurino sem comunicar seus superiores diretos, o que foi considerado outra transgressão disciplinar.
Dessa forma, a punição de suspensão imposto a Saraiva pelo diretor-geral da PF reflete uma postura de respeito à hierarquia e disciplina da instituição policial federal, reforçando a importância do cumprimento das normas e regulamentos internos.