Em uma emocionante história de superação e inovação, o casal Aline Bertolozzi e Rodrigo Monteiro trouxeram uma nova perspectiva de vida para o filho Leonardo, conhecido como Léo, um menino de 9 anos eletrodependente. A família enfrentou o desafio de encontrar uma maneira de proporcionar mais liberdade para o garoto, que precisava estar conectado 24 horas por dia a aparelhos ligados à energia elétrica.
Após testes e adaptações, em 2016, os pais desenvolveram uma mochila para carregar os aparelhos de Léo para qualquer lugar, permitindo que ele saísse de casa e desfrutasse de momentos fora do ambiente hospitalar. A iniciativa ganhou visibilidade e, em 2023, o Hospital Samaritano Higienópolis doou 50 mochilas, nomeadas de Outcare, para todos os pacientes pediátricos com falência intestinal, onde Léo recebe tratamento.
Além da doação das mochilas, o hospital também iniciou um estudo clínico para avaliar o impacto do uso da Outcare na qualidade de vida dos pacientes e suas famílias. O caso de Léo é emblemático, pois ele perdeu todo intestino delgado com apenas um mês de vida, tornando-se uma criança com intestino ultracurto e dependente de nutrição parenteral.
A mochila Outcare não apenas proporcionou mais liberdade para as crianças eletrodependentes, mas também desencadeou uma série de melhorias na qualidade de vida de todos os envolvidos. A iniciativa recebeu reconhecimento internacional, com 12 prêmios conquistados e destaque no festival de Cannes na categoria Pharma.
Aline Bertolozzi enfatiza que o objetivo não é obter lucro com a patente da mochila, mas sim garantir que mais crianças em tratamento tenham acesso a esse recurso. O sonho é que a Outcare chegue ao Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo que muitas famílias possam beneficiar-se desse projeto inovador de inclusão.
O estudo clínico realizado pelo Hospital Samaritano Higienópolis revela resultados promissores, com famílias relatando aumento da autoestima das crianças e maior possibilidade de realizar passeios e atividades do dia a dia. A Outcare se mostra não apenas como uma mochila, mas como um símbolo de liberdade e qualidade de vida para crianças eletrodependentes, que agora podem desfrutar de momentos simples, como ir ao parque ou visitar a casa dos avós.
