Especialistas em cibersegurança consultados pela imprensa ressaltam que a inteligência artificial possibilita aos golpistas espalharem mensagens mais convincentes e com menos erros ortográficos, ampliando ainda mais seus alcances. Além disso, no obscuro território da “deep web”, foi identificada a presença do FraudGPT, uma versão do ChatGPT sem filtros desenvolvida especificamente para auxiliar golpistas.
Apesar dos avanços tecnológicos, a Polícia Civil enfrenta dificuldades para identificar o uso da inteligência artificial nos crimes de estelionato digital. O anuário brasileiro de segurança pública destacou um aumento de 326,2% nos casos de fraude eletrônica entre 2018 e 2022, com indicativos de continuada expansão em 2023, conforme estatísticas divulgadas por estados como Rio de Janeiro e Pernambuco.
Os esquemas fraudulentos envolvendo inteligência artificial se manifestam de diversas formas, desde criação de sites falsos para arrecadar doações até perfis falsos em aplicativos de relacionamento, como o Tinder. Os exemplos mencionados incluem um site falso que solicitava doações para vítimas no Rio Grande do Sul e perfis no Tinder que utilizam imagens geradas por IA para atrair vítimas.
Os casos de golpes realizados por meio de deepfakes, como ligações falsas com vozes clonadas, também têm se tornado mais frequentes. Recentemente, a polícia de Hong Kong está investigando um caso em que uma empresa perdeu uma quantia substancial após cair em um golpe de deepfake. Em decorrência dessas ameaças, os bancos têm adotado soluções de segurança baseadas em análise comportamental para proteger seus clientes.
Em suma, a utilização da inteligência artificial por golpistas representa um desafio crescente para autoridades e para a segurança online. A educação e a conscientização dos usuários sobre as práticas seguras na internet tornam-se cada vez mais essenciais para prevenir e combater golpes cibernéticos.
