Importações da China impulsionam déficit da balança comercial em junho, aponta relatório da FGV. Aumento de 14,4% nas importações é destaque.

A balança comercial brasileira teve um desempenho preocupante no mês de junho, com um saldo negativo de US $ 3,4 bilhões em comparação com o mesmo período de 2023. Esse resultado foi impactado por uma queda de 1,9% nas exportações e um aumento significativo de 14,4% nas importações. Esses dados foram revelados pelo Índice de Comércio Exterior (Icomex) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e divulgados nesta quarta-feira, 17.

Um dos destaques do mês foi o aumento das importações de bens duráveis da China, que representaram mais da metade das importações brasileiras. O estudo da FGV mostrou que a China explicava 19,2% das importações totais do Brasil de bens duráveis no primeiro semestre de 2022, e esse número aumentou para 51% no primeiro semestre de 2024.

As perspectivas para a balança comercial não indicam novas tendências, mas há preocupações em relação ao menor crescimento chinês, o que poderia reduzir a demanda por importações da China. A FGV alertou que esse cenário poderia intensificar a venda de produtos chineses no mercado internacional, levando a um aumento de medidas protecionistas contra o país asiático.

A China foi o principal país de origem das importações brasileiras, com destaque para os veículos de passageiros, que tiveram um aumento de 924% em valor. A China detém uma participação de 23,3% nas importações totais do Brasil, seguida pelos Estados Unidos, com 15,5%.

Além disso, o aumento das importações de veículos elétricos da China levou a mudanças no cronograma de recomposição das alíquotas para carros elétricos no Brasil, visando fortalecer a produção nacional desses veículos.

No que diz respeito às exportações, houve uma queda de 0,1% no volume exportado em junho, enquanto as importações cresceram 21%. O destaque ficou por conta das commodities, que tiveram um aumento na participação nas exportações totais do Brasil, chegando a 71%.

O desempenho positivo das commodities foi impulsionado pela indústria extrativa, com um crescimento de 11,1% no volume exportado. Já o agronegócio teve um aumento de 5,3% no volume exportado. O petróleo bruto e o minério de ferro foram os principais produtos exportados pela indústria extrativa em junho.

Em resumo, o cenário da balança comercial brasileira no mês de junho reflete um aumento nas importações, principalmente da China, e um desempenho positivo das exportações de commodities. A FGV alerta para a necessidade de monitoramento constante diante das incertezas do cenário internacional.

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