88% dos brasileiros já acreditaram em desinformação, aponta pesquisa do Instituto Locomotiva: como combater esse fenômeno?

Uma pesquisa recente divulgada em 1º de abril, dia conhecido como Dia da Mentira, revelou que uma grande parcela dos brasileiros já acreditou em algum tipo de desinformação. Segundo o Instituto Locomotiva, 88% dos entrevistados admitiram ter caído em notícias falsas em algum momento. O estudo contou com a participação de 1.032 pessoas com mais de 18 anos, fornecendo um panorama preocupante sobre a disseminação da desinformação no país.

Além disso, a pesquisa apontou que 62% dos entrevistados confiam em sua própria capacidade de identificar conteúdos fraudulentos, especialmente relacionados a campanhas eleitorais, escândalos políticos, vendas de produtos e serviços, e iniciativas de vacinação. Esses temas, segundo o relatório, são os mais propensos a serem disseminados como fake news.

O avanço da desinformação no Brasil vem sendo debatido há anos, e outros estudos têm destacado a urgência em abordar essa questão de forma ampla, alcançando diferentes camadas da população. A educação midiática tem sido apontada como uma das soluções para combater a propagação de notícias falsas, tanto no ambiente escolar como em iniciativas informais para adultos e idosos.

É importante ressaltar que admitir ter acreditado em desinformação é um primeiro passo para combater esse fenômeno. A pesquisa mostra que muitas pessoas reconhecem quando são enganadas e não verificam a veracidade das informações antes de compartilhá-las. Todos somos vulneráveis à desinformação, o que ressalta a importância de desenvolvermos habilidades midiáticas para lidar com os desafios do ambiente digital.

A disseminação de fake news está relacionada aos vieses de confirmação, que nos levam a acreditar naquilo que reforça nossas crenças e valores. A descoberta de que fomos enganados pode despertar várias emoções, como raiva e vergonha. Nesse cenário, a inteligência artificial também representa um desafio, interferindo cada vez mais em como percebemos a realidade.

Diante desse panorama, é fundamental que ações articuladas sejam tomadas pelo poder público, terceiro setor, empresas de tecnologia e pela população, levando em conta as desigualdades existentes no Brasil. Caso contrário, continuaremos lidando com altas porcentagens de pessoas acreditando em fake news, o que pode ter impactos ainda mais graves no futuro.

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