A limitação do rotativo visa reduzir o endividamento dos consumidores, mas não influencia as taxas de juros acordadas no momento da concessão do crédito, afetando apenas novos financiamentos. Nos últimos 12 meses, os juros do rotativo registraram queda de 2,7 pontos percentuais, segundo dados divulgados pelo Banco Central.
O crédito rotativo é uma modalidade de empréstimo de curto prazo, utilizado quando o consumidor não consegue pagar o valor integral da fatura do cartão de crédito. Nesse caso, o cliente contrai um empréstimo e começa a pagar juros sobre o saldo devedor remanescente, sendo uma das opções mais caras do mercado financeiro.
Além do rotativo, as instituições financeiras também oferecem a opção de parcelamento da dívida do cartão de crédito, com juros que subiram 3,8 pontos percentuais em setembro, mas apresentaram queda de 8 pontos percentuais em 12 meses, totalizando 185,8% ao ano.
No âmbito do crédito livre, a taxa média de juros para famílias teve um aumento de 0,5 ponto percentual em setembro, acumulando uma redução de 4,9 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 52,4% ao ano. Destaca-se a queda nas taxas do crédito consignado, aquisição de veículos, desconto de cheques e arrendamento mercantil, contribuindo para a diminuição dos juros médios no período.
Por outro lado, as taxas de juros do cheque especial apresentaram aumento de 4,2 pontos percentuais no mês e 3,2 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 137,1% ao ano. Apesar de estar limitada desde 2020, a modalidade continua registrando altas taxas de juros devido ao cenário econômico desafiador do país.
As estatísticas revelam que, apesar das tentativas de controle do endividamento e das taxas de juros, os consumidores brasileiros ainda enfrentam dificuldades no acesso ao crédito com condições mais favoráveis. O aumento dos juros do rotativo do cartão de crédito e do cheque especial demonstra a necessidade de medidas mais eficazes para regular o mercado financeiro e garantir um ambiente mais favorável aos consumidores.