Ministra Marina Silva defende remuneração para povos tradicionais na proteção da biodiversidade em conferência da ONU.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participou da Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP 16) em Cali, na Colômbia, e defendeu que os povos tradicionais devem ter acesso a recursos que remunerem a proteção da biodiversidade do planeta. Durante seu discurso no segmento de alto nível da conferência, Marina ressaltou a importância da implementação da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) para garantir a justa repartição da exploração de produtos do patrimônio natural e dos conhecimentos tradicionais associados.

A ministra enfatizou que povos indígenas e comunidades tradicionais são os verdadeiros guardiões dos ecossistemas e merecem uma participação mais efetiva nas decisões sobre o reconhecimento e repartição justa e equitativa dos benefícios derivados do uso do patrimônio genético. Ela afirmou que é fundamental alcançar um acordo sobre o direito absoluto ao acesso às informações de sequências digitais (DSI) durante a COP16.

Um dos impasses discutidos na COP é o financiamento da preservação da biodiversidade, com cerca de 38% das espécies de árvores do mundo em risco de extinção devido à atividades como extração de madeira e desmatamento. Para proteger esse patrimônio genético, incluindo a remuneração dos povos da floresta, a proposta é a implementação de um Fundo DSI.

Além disso, Marina Silva destacou outras iniciativas do Brasil na conferência, como o Mecanismo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) e a adesão de cinco novos países ao projeto. O país também promoveu o diálogo entre ministros de Finanças, de Clima e do Meio Ambiente, adotando os 10 Princípios de Alto Nível da Bioeconomia no contexto do G20.

A COP da Biodiversidade é um importante tratado da ONU estabelecido durante a ECO-92, que define metas para deter e reverter a perda de biodiversidade. O compromisso do Brasil de zerar o desmatamento até 2030 e a realização da COP30 pelo governo brasileiro em Belém no próximo ano são pontos de destaque nas discussões sobre meio ambiente e biodiversidade.

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