Mercado prevê IPCA acima do teto da meta de inflação em 2024, com projeção de 4,55% para este ano

O mercado financeiro atualizou suas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, em um cenário que preocupa os especialistas. De acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central, a expectativa é de que o IPCA encerre o ano em 4,55%, ultrapassando o teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%.

Para os próximos anos, as projeções também indicam aumento na inflação. Em 2025, a estimativa é de 4%, enquanto em 2026 e 2027 as previsões são de 3,6% e 3,5%, respectivamente. Esses valores estão acima da meta estabelecida pelo CMN, o que reforça a preocupação com a escalada dos preços e a perda do poder de compra da população.

É importante ressaltar que a partir de 2025 entrará em vigor o sistema de meta contínua, o que representa uma mudança na forma como a inflação é controlada no país. Com o centro da meta contínua definido em 3%, o CMN terá uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a fim de garantir a estabilidade econômica.

Outro ponto relevante é a política de juros do Banco Central para conter a inflação. Com a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,75% ao ano, a expectativa é de novos aumentos nas próximas reuniões do Copom. A última alta dos juros ocorreu em agosto de 2022, e desde então a trajetória tem sido de cortes e manutenções, mas o cenário econômico recente indicou a necessidade de um ajuste mais rígido.

Além disso, as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a cotação do dólar também foram revisadas. Para este ano, a expectativa é de um crescimento de 3,08% na economia brasileira, enquanto a cotação do dólar deve encerrar em R$ 5,45. Esses números trazem desafios e oportunidades para a recuperação econômica do país nos próximos anos.

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