José Victor morava em Sete Lagoas, Minas Gerais, e era um dos líderes da torcida organizada Máfia Azul. Sempre que podia, acompanhava o time do coração pelos estádios do Brasil e fez questão de levar seu filho para um jogo no Mineirão, em Belo Horizonte, há dois meses, marcando assim um dos momentos mais emocionantes de sua vida.
No entanto, a relação de José com a torcida organizada despertava preocupações em seus familiares, que tentavam dissuadi-lo de permanecer no grupo. O motoboy chegou a relatar ameaças recebidas nas redes sociais, o que aumentava a apreensão de seus entes queridos.
O episódio trágico ocorreu por volta das 5h, no km 65 da rodovia Fernão Dias, quando torcedores palmeirenses atacaram o ônibus da Máfia Azul. O confronto resultou na morte de José Victor e deixou pelo menos 20 pessoas feridas, sendo sete delas com traumatismo craniano e uma baleada no abdômen.
A Polícia Rodoviária Federal informou que os agressores fugiram do local antes da chegada das autoridades e, até o momento, ninguém foi preso. O embate entre as torcidas se deu como um revide a um confronto anterior ocorrido em setembro de 2022, na mesma rodovia. As autoridades locais já tomaram medidas para investigar o caso, com o Ministério Público de São Paulo classificando o ataque como “selvageria” e prometendo tratar a Mancha Verde como organização criminosa.
O Cruzeiro e o Palmeiras se manifestaram repudiando a violência e pedindo por punições severas aos envolvidos. O futebol, que deveria ser um esporte que une paixões e multidões, foi mais uma vez manchado por atos de barbárie que exigem um basta. A sociedade clama por paz nos estádios e por justiça para José Victor Miranda e todas as vítimas desse episódio lamentável.