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Estiagem no Rio Solimões deixa estudantes ribeirinhos sem aula e expostos a condições precárias de transporte e saúde

Na região amazônica, a seca extrema vem causando sérios impactos na rotina dos estudantes ribeirinhos. Acostumados a utilizar os rios como caminho para chegar à escola, essas comunidades agora enfrentam dificuldades de navegação devido à baixa do nível da água.

Em Manacapuru (AM), o rio Solimões, que costumava ser exuberante e farto em água, atingiu sua menor marca da história, desolando a paisagem e comprometendo o transporte de pessoas e o abastecimento da região. Os barcos são obrigados a ancorar mais distantes dos povoados, e a falta de água potável, produtos de higiene e medicamentos se tornou uma realidade preocupante.

A situação afeta diretamente o acesso à educação. Na comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde está localizada a escola municipal Lima Bernardo, um banco de areia se estende por 2 km, dificultando o trajeto dos alunos. Muitos são obrigados a caminhar em leito seco e quente até a escola, enfrentando tempestades de areia no percurso.

Os profissionais da educação também se veem prejudicados, com a prefeitura suspendendo as aulas em 75 das 111 escolas da região. Cerca de 4.570 alunos da zona rural foram impactados e agora devem receber o conteúdo em casa, através de apostilas.

A escassez de água potável e produtos de higiene já causa impactos na saúde das comunidades ribeirinhas, com casos de coceira e dificuldades de acesso a atendimento médico. A seca severa compromete não apenas a educação, mas também a qualidade de vida dessas populações vulneráveis.

Diante desse cenário desafiador, educadores e famílias se mobilizam para garantir que os estudantes continuem aprendendo, mesmo diante das adversidades impostas pela seca no rio Solimões e seus afluentes. A solidariedade e a busca por soluções emergenciais se tornam essenciais para superar os desafios dessa crise climática sem precedentes.

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