Segundo a psicopedagoga Alcione Marques, o professor foi desafiado a desenvolver habilidades socioemocionais nos alunos, mesmo sem tê-las desenvolvido em si mesmo. A falta de momentos para compartilhar experiências e dores com colegas, a sobrecarga de trabalho, os baixos salários e a falta de tempo para o autocuidado são fatores que contribuem para a complexidade do trabalho do professor.
A falta de apoio, reconhecimento, formação inadequada, pouca autonomia e a pressão por resultados são aspectos que impactam a saúde mental dos professores. A violência crescente na sociedade também reflete nas escolas, gerando insegurança e medo para os docentes.
Para lidar com esses desafios, é essencial que os professores adotem estratégias de autocuidado, como praticar exercícios físicos, manter uma alimentação balanceada, ter uma boa qualidade de sono e cultivar bons relacionamentos. No entanto, é importante ressaltar que a saúde mental é uma questão coletiva, que envolve diversas instâncias sociais e políticas.
Além disso, é fundamental que as escolas ofereçam melhores condições de trabalho, formação e remuneração para os professores, permitindo que eles atuem em uma única escola para criar vínculos e reduzir a sobrecarga de deslocamentos. A construção de relações positivas com os alunos e a comunidade também contribui para o bem-estar dos professores e para o sucesso acadêmico dos estudantes.
Em meio a um cenário de vigilância e exposição nas redes sociais, os professores devem buscar um diálogo aberto com a gestão escolar e colegas, conhecer o projeto político pedagógico da escola e as ações a serem tomadas em casos de estudantes em sofrimento.
Em resumo, a saúde mental dos professores é um aspecto fundamental a ser considerado na educação, e é preciso adotar estratégias individuais e coletivas para promover o bem-estar desses profissionais e garantir um ambiente educacional saudável e acolhedor para todos.