Além das mudanças climáticas, que vêm impactando diretamente a região, a redução das vazões subterrâneas e superficiais tem gerado preocupação. O aquifero Urucuia e os corpos d’água da bacia do rio Grande, afluente do São Francisco, estão sendo afetados pela diminuição desse fluxo, o que pode comprometer o abastecimento urbano, a população ribeirinha e até mesmo o agronegócio.
Um estudo conduzido por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou que a sustentabilidade de longo prazo da expansão agrícola na região está em risco, com previsão de um aumento de até 40% na demanda de energia para irrigação. O Matopiba, que abrange principalmente o cerrado e é abastecido pela bacia do rio Grande, está passando por um momento delicado devido à exploração excessiva dos recursos naturais.
Para analisar a situação, os pesquisadores utilizaram um modelo de dinâmica de sistemas, que permite simular diferentes cenários e auxiliar na tomada de decisões e implementação de políticas públicas eficazes. A pesquisa alerta para a necessidade de revisão das permissões de retirada de água, fiscalização rigorosa contra poços clandestinos, monitoramento da exploração dos recursos hídricos e incentivo a práticas mais sustentáveis na agricultura.
Diante desse contexto, o Matopiba enfrenta desafios significativos em relação à disponibilidade de água e ao aumento da pressão sobre os recursos naturais. A região, que apresenta um forte crescimento na produção de grãos, está sob ameaça devido à seca, aos incêndios recorde no cerrado e ao desmatamento, que contribuem para a emissão de gases poluentes na atmosfera.
Diante desses desafios, é fundamental que medidas eficazes sejam adotadas para garantir a sustentabilidade do Matopiba e a preservação dos recursos hídricos e naturais da região. A atenção e o cuidado com o uso desses recursos são fundamentais para garantir um futuro sustentável para a agricultura e as comunidades locais.