O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior público no país e tem a redação como um dos pontos mais importantes na avaliação dos candidatos. Uma boa nota nessa prova pode representar um peso considerável na média final do aluno e, por isso, é crucial para garantir uma vaga na universidade.
Além da redação, os participantes também precisam realizar outras quatro provas: linguagens, ciências humanas, ciências naturais e matemática. Cada uma dessas áreas possui um peso específico na nota final do candidato, com a redação sendo a única onde é possível alcançar a pontuação máxima de 1.000 pontos.
Uma análise realizada pela Letrus Educação, com base nos microdados do Enem divulgados pelo Inep, revelou que em média as redes estaduais obtiveram 200 pontos a menos na redação em comparação com as escolas privadas. Essa discrepância é ainda mais evidente nos estados do Ceará, Tocantins e Piauí, onde a diferença chegou a 47%.
A competência de proposta de intervenção, introduzida no Enem como uma inovação, tem se mostrado um dos pontos mais desafiadores para os alunos das escolas públicas. De acordo com a pesquisa da Letrus, a média dos estudantes nessa categoria tem ficado abaixo de 100 pontos nos últimos anos, evidenciando uma grande disparidade em relação aos alunos da rede privada.
Para os professores, a falta de tempo destinado exclusivamente para aulas de redação nas escolas estaduais é um dos principais fatores que contribuem para essa diferença de desempenho. Enquanto nas unidades particulares os alunos têm aulas específicas para redação, nas escolas públicas o tema é abordado dentro da disciplina de português.
É importante ressaltar que a redação do Enem não é apenas uma prova, mas sim um reflexo das desigualdades presentes na educação do país. A necessidade de correções e feedbacks constantes, assim como o estímulo à produção de textos, são elementos essenciais para garantir um bom desempenho dos estudantes nesta área tão importante do exame.