O arquiteto e urbanista Cid Blanco ressalta que é mais comum trabalhar de forma individual com cada secretário do que pensar a cidade como um todo, colocando o cidadão em primeiro lugar. Essa falta de integração prejudica a execução de políticas públicas eficazes e impacta diretamente na vida da população.
Já o professor Fernando Túlio destaca que é possível implementar formas de gestão urbana integradas e democráticas, como as formas cooperativadas de propriedade e gestão. Ele cita o exemplo de Zurique, onde 25% das propriedades funcionam dessa maneira, visando atender as necessidades sociais e ambientais da região.
No entanto, a realidade das subprefeituras em São Paulo é outra. Criadas para descentralizar a administração municipal e se aproximar da população, as subprefeituras foram politicamente rebaixadas e utilizadas para interesses políticos, como distribuição de cargos para vereadores. Isso descaracteriza o propósito original das subprefeituras e afasta a população da gestão da cidade.
Diante disso, é fundamental promover a participação popular na gestão municipal, valorizando a atuação das subprefeituras e abrindo espaços para a população contribuir nas tomadas de decisão. A falta de uma gestão integrada e participativa perpetua a desigualdade na distribuição de investimentos e obras na cidade, priorizando áreas privilegiadas em detrimento das periferias.
Para mudar esse cenário, é necessário repensar o modelo de gestão da cidade, priorizando o bem-estar da população, promovendo a inclusão social e buscando soluções sustentáveis para garantir o desenvolvimento equitativo de São Paulo.