Contato de ursos-polares com patógenos aumenta em 30 anos devido à perda de habitat no Alasca, aponta estudo publicado na PLoS One.

Ursos-polares na região norte da costa do Alasca (EUA) estão enfrentando um aumento no contato com vírus e bactérias associados a doenças, de acordo com um estudo recentemente publicado na revista científica PLoS One. O estudo revelou que, em um período de 30 anos, a exposição desses animais a patógenos cresceu significativamente, aumentando de 30% a mais de 500% para alguns parasitas.

Os autores do estudo atribuem esse aumento no contato com patógenos à perda do habitat natural dos ursos-polares, tornando-os mais vulneráveis ​​a doenças transmitidas por outros animais ou presentes na natureza. Um dos vírus observados no estudo, que é conhecido por causar cinomose em cães, foi destacado como um potencial perigo para a vida selvagem. Além disso, as mudanças climáticas, como o aquecimento global, estão reduzindo a área de gelo ártico onde os ursos normalmente se alimentam, levando-os a buscar alimentos em áreas terrestres, incluindo locais com presença de lixo humano.

O estudo analisou amostras de sangue de ursos adultos na região do mar de Chukchi, no Alasca, em dois períodos distintos. Os resultados mostraram um aumento significativo na presença de anticorpos contra patógenos, vírus e bactérias, indicando um aumento de infecções ao longo do tempo. A pesquisa também revelou que os ursos mais velhos, com cinco anos ou mais, apresentaram proporções maiores de testes positivos, sugerindo que alguns patógenos geram uma resposta imune duradoura nos animais.

Segundo Karyn Rode, pesquisadora de vida selvagem, os resultados do estudo ressaltam a importância de monitorar de perto a exposição dos ursos-polares a patógenos e doenças, a fim de compreender melhor os impactos na saúde e sobrevivência desses animais. Ela destacou a necessidade de aumentar a vigilância da exposição a patógenos e doenças nesses animais, dada a importância dos ursos-polares como predadores-chave nos ecossistemas árticos. A pesquisa fornece evidências adicionais das ameaças enfrentadas pelos ursos-polares devido às mudanças ambientais e à perda de gelo marinho no Ártico.

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